17 de abril de 2013

A lição do mármore


Texto usado na reunião do dia 17/04/2013

No museu de fama internacional, o piso totalmente coberto por belíssimos azulejos de mármore recebia as visitas todos os dias, especialmente para admirarem uma estátua, toda em mármore, enorme, exibida no meio do salão de entrada.


Pessoas do mundo inteiro vinham admirá-la. Os mais entendidos se detinham a observar a perfeição dos seus traços. Os românticos falavam da suavidade das linhas, mas todos, sem exceção, elogiavam a sua beleza.

Certa noite, os pisos de mármore começaram a falar e reclamar com a estátua:

- Estátua, isso não está certo. Absolutamente, não! As pessoas vêm, pisam e pisam em nós só para admirar você. Ninguém olha para nós e muito menos se dão conta de que também temos a nossa beleza. Isso não é justo.

- Meu querido amigo, piso de mármore, você ainda se lembra de quando eu e você estávamos na mesma caverna? Perguntou a estátua.

- Sim! É por isso que eu acho tudo muito injusto. Nós nascemos da mesma caverna e agora recebemos tratamento tão diferente. Não é justo! – Chorou, novamente, o piso.

A estátua continuou a explicar:

- Então, você ainda se lembra do dia em que o artista tentou trabalhar em você, mas você resistiu bravamente às ferramentas?

- Sim, claro que me lembro. Odiei aquele sujeito! Como pôde ele usar aquelas ferramentas em mim? Doeu demais!

- Isso é certo! Ele não pôde trabalhar nada em você, porque você resistiu à sua ação. Quando ele desistiu de você, veio para mim. Eu era um bloco de mármore sem forma. Mas em vez de resistir como você, imediatamente eu soube que ele me tornaria algo diferente. Não desisti. Aguentei todas as ferramentas dolorosas que ele usou em mim.

O piso resmungou alguma coisa e a estátua concluiu:

- Meu amigo, há um preço para tudo na vida. Nem sempre é fácil. Às vezes é muito difícil e doloroso. Mas temos que aprender e suportar os sofrimentos, procurando crescer e aprender para nos transformarmos em algo mais belo.